No interior do Norte

Desculpem.... mas este blog é apenas para pessoas inteligentes! Se não é o seu caso, peço lhe suavemente que se retire. Desculpe o incómodo!

sexta-feira, novembro 19

Terra de extremos. A minha. De águas, sonhos e árvores antigas. De montes esculpidos em rudes escarpas e de uma ribeira que neles serpenteia a sua vontade. De paisagens que nos reduzem aos olhos de infância. De calor que nos doira e frio que nos leva ao quente das lareiras na intimidade das brasas. Minha terra que tão pouco te cantam.
Um homem ouviu falar do mar. Foi-lhe dito por um daqueles caixeiros viajantes que carregavam consigo quimeras em forma de palavras. Falou-lhe de ondas, de navios, do azul e da imensidão da água. Contou-lhe de outros homens, lavradores de espuma, fiadores de redes de esperança. Esse homem, de cigarro áspero no canto da ilha, ouviu e embeveceu.
A graça não se canta na voz de sereias, sejam elas de cauda ou de mala. Há, decerto, beleza no mar. O deles. E o nosso. Este que baila no coração de granito. Marinheiros destas paisagens.Pescadores que somos de dias.
Ainda que perca o encanto, à rudeza da vida, aos olhos quotidianos, gastos, a paisagem arrebatadora deste reino também as marés aqui vêm beijar as bordas da terra.
Seja em nuvens preguiçosas que se esquecem da alvorada ,e perpetuam o sono em tons de nevoeiro, ou em dentes de leão, floridos de algodão-doce, no quebra luz ao fim da tarde.
Melhor fora que esses homens, seduzidos, soubessem escrever um poema. De amor que fosse!
Logo um mar de palavras, lúcidas, transbordaria.
 

in: No farol de meus dias - a publicar

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