Pão Ázimo
Não houve tempo para mais.
Silenciei de vez a voz irrequieta.... E dei me de comer a quem me levou.
Uns partiram... Eu fugi.
Sem olhar para trás. Não podia! O rio não volta a passar nunca mais no velho moinho....
Fui andarilho.....
No cofre secreto onde , delicadamente , vamos guardando as preciosidades que a vida nos bafeja... acumula-se pó e ilusão.... em camadas .... como papiros. Folhas tão cheias e delicadas que o tempo se encarrega de macerar. Quando não manuseadas com cuidado.... acabam por se desintegrar como o pó .... e deixamos de distinguir ( nas camadas ....) as palavras impressas do pó.....essas palavras que pintalgaram os dias-tempo de ilusão.... e que hoje são visão .... mesmo quando se não olhou para trás....porque não se quis... ou se não podia......
Um dia... quando acordamos.... vemos que o horizonte - embora granítico - já não é o mesmo!E isso agride! Ao ponto de nos acordar de vez! Deixamos de sonhar...
Julguei eu!
Na fuga.... ficou um aperto no coração( sim, porque o coração de alguns aperta...), semelhante a um vazio que se não consegue explicar. mas que se sabe!
Experimentados... contrariamos sem pejo as palavras sabias (porque essas ainda luzem aos predestinados ) .... Hoje voltei ao lugar onde fui feliz!
Não trago fermento. Nada capaz de germinar e fazer crescer o que seja.
Apenas uma promessa que guardei em mim.
Essa sim... contrariou a fuga... germinou....
E me trouxe até aqui.
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Comentários
nao sei o que comentar mais
obrigada, Paulo