PROMESSA

Tema sugerido por Irritadinha – visita 10 000 do blogg
Para todos!



Gastamos todas as palavras , amor…
Gastamos as palavras…O suor… O corpo…A madrugada…
Gastamo-nos…
Que queres agora que te diga??? Se também já não tenho mentiras para te dizer…..
Amo-te???? Fica????
Desculpamo-nos com o tempo , amor…
Que nos torna hediondos….Estranhos....
Engraçado…. Passamos a vida em apressa-lo!!!
Em correrias loucas , em dias perdidos , em sonhos adiados …
Quando demos por nós… não somos nada mais que um miserável pedaço de publicidade , um autocolante gasto no vidro traseiro de um autocarro , um controlo remoto de um plasma LCD stereo nicam hi-fi dolby sistem....
Não somos nada ! Um naco de um todo , um pedaço de coisa alguma .
Condenamos as palavras a um estranho envelhecimento precoce.. A um arcaísmo contemporâneo e substituímos TUDO por outdoors , gestos , sinais , sons.... A quem exigimos que FALE por nós… Que SINTA por nós….
Uma espécie de postal ilustrado vitalício que teima em abranger um global ser, que sirva para tudo e todos ( com um desenho giro na capa).
Subitamente , vemo-nos rodeados de caricaturas falantes , retratos inacabados de um qualquer pintor cliché , que nos falam em tom coloquial de revista de w. c . e nos vomitam e gargarejam arráteas de impropérios intragáveis…
Com pudor…Nem nos olhamos ao espelho .
Pior é quando soltamos as palavra em grito….da prisão imposta!!!!!
Gastamo-las de vez….Numa implosão rápida e sem mácula…na ânsia de as dizermos…
Do uso indevido que lhes damos …maléfico….
Gastamos as palavras e abafamos os sentimentos…
Transformamos o AMOR numa imensa sex-shop…
O carinho num hipermercado onde a paixão se vende em doses maciças e com desconto talão….
O desejo…é uma caixa de cereais ou um iogurte magro de linha zero….que nos faz cagar nas horas certas…

-Fode-me… dizias-me cínica de lingerie nova ….com o dedo indicador direito no canto do lábio …borratando levemente o carmim…num erótico e Marylin semblante…
Contavas-me os minutos e os orgasmos ao ouvido…na ânsia de te vestires de séria e voltar á rotina….Orgulhando-te da meia hora que me dispensas… para te satisfazeres….
Já de máscara…que retocavas apressada no espelho do motel…dizias-me adeus no bater apressado da porta , enquanto eu procurava as meias e os slips no vulcão desfeito dos lençóis da cama….
Ahhhh…dizias-me depois um AMO-TE com pouca rede , aos soluços enquanto violavas o código numa ligação GPRS…
-Eu também te AMO…e continuava a procurar as peúga e o beijo que não me deste….
Ligavas-me nos dias seguintes, em tom quente sugerindo em promessa um novo piquenique de corpos num qualquer ermo …
Eu ia…pois julgava que te amava… Não só de corpo, mas também de alma…
Quase que juro que te masturbei sem saber teu nome e entrei em ti sem ver a aliança de ouro escondida no teu anelar esquerdo…Nessa noite longa ….em que Palma nos juntou num concerto intimo … frágil….
Não sei como acabamos no banco de trás do carro…Sei que cantamos juntos o Bairro do amor…ainda antes de minha mão febril penetrar quente pelos teus jeans justos buscando teu sexo…Sei que te beijei o pescoço e te chupei os bicos das tetas tesas para em seguida quase te comer a língua…
Não sei que se veio primeiro…Nesses tempos ainda fodiamos com gemidos e não com insultos…. Sei que nessa Noite me disseste que me AMAVAS e me impeliste a dizer-to…. Quase que para desculpar o sucedido na confusão dos corpos aos molhos na traseira do automóvel…

Recorda-me depois de voares baixinho…de não me tirares da cabeça…e eu cúmplice, perdido em Ti…no mesmo alado viver que parava o tempo !!!
Mantendo a farsa….
Lembro-me do teu olhar em mim…quando a lua alta em horas proibidas o adormecia… Quando era Tão meu….
Lembro-me do teu sorriso desmedido e escangalhado quando te dizia pensamentos absurdos e dos risinhos tão teus a cada anedota que te desvendava…de estúpida que era… que éramos….
O tempo ( nós…) lento…. quebrou as juras de amor eterno… desse amor que dissemos incondicional…intemporal…
Apartou-nos! Também nada fizemos para o parar…
Não resistimos ….
Teu pé doce e belo, aterrou de novo no lodo do mundo. Com ele vieram as vigílias e o desespero de te humanizares e sentires normal …
E dos Amores vieram os dissabores…e chamadas perdidas que nunca soaram..
Chegaram os desencontros…e as duvidas…
Chegaram os Tabus…
Aos poucos sentiste-te prostituta em mim e não puta.
Chegaram os remorsos…. E o nojo.
Gastamos DEPOIS....TODAS as palavras ….
E estas novas que fomos inventando …soavam a falso, a desculpa para evitar a presença…que se exige constante quando se AMA…
A casa que projectamos ficou em esquiço..num alçado por terminar…sem alicerce….

Dissemos adeus num breve suplício…sem dor … Sem choros …
Como Adultos que somos !!!!
Seco e sincero…..Como tu dizias que gostavas….
Por segundos, ficas a olhar para mim…á espera….
Que querias que te disse-se?
AMO-TE???? FICA????
Seria contrafacção ….

Hoje desviamos olhares quando nos vemos…De vergonha das palavras que gastamos….
Somos um naco de um todo … um pedaço de coisa alguma
Fica a memória desse amor…

Amor???
Não
…nem estivemos perto ….
Era outra coisa qualquer….


........
Sugestão musical: Problema de expressão - Clã
Sugestão cinéfila : Amores Perros - Alejandro Gonzales Iñarritu

Comentários

Anónimo disse…
fizeste me lembrar aquele poema de eugénio de andrade "gastamos as palavras pela rua, meu amor, e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes(...)".de certeza que conheces. adorei o teu texto, a presença intransponível da consciência dos sentidos que fazem com que as palavras nos encham a boca toda, transbordantes.
parabéns. para ser artista não é necessária genialidade. é necessário sentir despudoradamente, estar disponível. espero ansiosamente pelo livro que escreverás, que já escreves aqui, para o guardar do lado especial da prateleira.
Hînez
Andreia disse…
Pois, realmente amor será algo mais profundo.

Gostei do teu texto:)
Pandora disse…
Amor?

Pobre é a sensação de se enxergar "outra coisa qualquer".

Quando se abre os olhos, passam ao lado os tórridos momentos vivenciados...


Beijo
L disse…
FORTE é a palavra que me sintila na mente quando penso no que escreves-te. Envolveu-me da primeira à última palavra.
Consegues dar vida á palavras de uma maneira mágnifica.

Faz-me lembrar muita coisa que já li, já vi e já vivi.

Beijos doces

emn***
disse…
Estou a fazer-te uma ovação em pé...mas não se vê... Grande post! Não devia dizer mas amei!

Beijos!!!
EuYoMeMoa disse…
Esse amor que descreves tambem é bom... Mas nao merece um "Amo-te"...

Gostei!

B'jokas
Angela disse…
Adorei o teu texto. Para quem não costuma escrever sobre o amor, soltaste-te muito bem! Acho que correspondeste maravilhosamente bem ao desafio.

Há tempos atrás escrevi este soneto. Acho que se enquadra bem na temática...


Adeus! Meu lindo e terno amor, adeus! Parti.
Foge de mim! Fui indigna do teu amor,
E agora o meu coração chora com a dor
Cobarde de nunca se ter entregue a ti.

A minha alma é como a vil erva daninha
Que se instala e destrói tudo em seu redor.
Liberta as tuas asas! Voa como condor,
Meu amor! Entrega-te a quem te acarinha!

O crime mais hediondo eu cometi.
Sem dó, sem arrependimento te menti
Em cada amargo momento em que te beijei.

Vai, amor! Para longe, para sempre, vai!
Limpa a lágrima de saudade que cai!
Infame, eu te enganei. Nunca te amei.


Por vezes amar... é banal!

Beijinhos
"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor, e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes.
......
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tinhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar
...."
Impossivel ler-te neste texto sem lembrar deste poema de Eugenio de Andrade.
Mas sabes? Há algo nele que me choca um pouco: "os remorsos e o nojo".
Nada disso me restou de meus amores de antes. Acabaram. Morreram em mim. Ficou nada. E nesse nada nao cabem coisas más ou menos boas.
O resto do texto eu adorei e vou voltar para reler outras vezes. Voltamos sempre ao que nós gostamos muito ou amamos ainda. Sejam poemas, textos, pessoas...

Muitos muitos beijos para ti, Paulo.

fatima
susana disse…
Não sou de falsos elogios, este deve ter sido o melhor texto que já li aqui!Fartei-me de rir em algumas partes, mas outras tocaram-me cá bem fundo!Podes não ser um poeta, mas és um excelente cronista!Não penses que não te aprecio, acho que és fantástico!Mas reservo sempre um certo receio, de homens que usam com facilidade as palavras.....além de ser assim por feitio meu mesmo. Quando são coisas sérias, sou meia introvertida e poupada na exposição de sentimentos e elogios!A postura que tenho no blog pode levar-te a pensar que minto, mas não! Não minto! Realmente sou desinibida, divertida, expontanea, mas em sentimentos sou um pouco reservada!Nem sou de muitos beijinhos e abraços e de muitas boas tardes!ÁS vezes até passo por mal educada, ehehe!
beijos da miss
Teresa Durães disse…
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Teresa Durães disse…
olá

(fui eu que apaguei)

pessoalmente (mas sou mais velha, penso), não chamaria amor, paixão antes :)

obrigada pela sugestão de Trás-os-Montes!

boa noite
Anónimo disse…
arrepias-me!!!
Estava com uma expectativa enorme de ver tua resposta ao desafio...
A BANALIZAÇÃO DA PALAVRA E DO SENTIMENTO AMOR ...
Amei...
Foste simplesmente ...olha Paulo sinceramente nem sei que te diga!
A maIOr parte dos comments já falou...
ja 2falou" pelos sentimentos que em mim se soltam...
para a Hinez - se me permites.. roubo a parte final do teu comment para tambem dizer ao Paulo...
"espero ansiosamente...

Um beijo bem grande para ti!
agradeço-te todos estes momentos de palavras e contos que tens posto por aqui...

Hope
Alexandra disse…
É impresão minha ou anda toda a gente apaixonada, muito se tem falado do amor.

Obrigada pelas palavras deixadas no meu canto e claro está que vou voltar sempre aqui ao teu espaço pois gosto muito de aqui vir

beijinhos
vida de vidro disse…
"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis."

Parece que toda a gente se lembrou deste poema que tão bem traduz o fim do amor. Mas o teu texto é mais do que isso, é um retrato de relações que nunca sabemos se têm por base o amor. O sabor amargo que nos fica na boca quando acabam, traz-nos todas as dúvidas. Adorei ler-te. **
Diana disse…
Que alicerces? Construimos as nossas casas com um barro fresco.. demasiado frágil, demasiado hediondo! Amor? Não, tens razão. É sempre outra coisa qualquer. Sem choros, sem desespero, sem raiva e melancolia. Todos serenos, porque somos responsáveis e adultos. Sem sentir? Muito provavelmente... E acabamos por gastar as palavras, os gestos, os olhares, gastamos tudo até o amor que nunca foi... um adeus rápido para sempre..
Não, isso não amor. Não é esse o amor que pensei, que subentendi, que me contaram, que nos contaram a todos. Será que ele existe mesmo ou é o nosso próprio sado-masoquismo a funcionar quando inventámos o tal amor? Porque é sempre uma desilusão.
Maria Araújo disse…
O meu comentário dá lugar a um silêncio profundo e a uma reflexão acompanhada de um brilho quase líquido nos olhos...
E aqui um sorriso tímido e escondido...

Extraordinário meu caro Paulo.

:D
Unknown disse…
Já ontem li, não consegui comentar por não encontrar as palavras certas. Voltei hoje e só consigo dizer-te que quase chorei... Tocou-me demasiado mesmo, porque muitas vezes depositamos tanta fé em algo que nunca foi amor...
Enfim... não consigo mesmo comentar o teu texto como merece.
Gostei demais!
Um beijo enorme
mac disse…
Adorei a linguagem dura, nua e crua que utilizaste no post. Por vezes pergunto-me se o amor não será uma invenção daqueles que, no dia dos namorados, se servem desse sentimento para nós gastarmos dinheiro. Pergunto-me se o amor não se terá rendido ao consumismo, tornando-se ele próprio um sentimento chiclete ("mastiga e deita fora"). Mas depois, vejo um casal de velhinhos de mãs dadas pela rua, e a esperança nasce de novo.
ruth ministro disse…
Muito forte, este texto... Por vezes a vida é assim... Gostei muito.
Beijos e bom fim de semana :)
Juro disse…
Paulo:
Também eu tive vontade de me levantar e de te aplaudir... mas não me vês...

Simplesmente fabuloso...
Simplesmente sem palavras...
Ana de Sousa disse…
Tal como alguém já frisou... lembraste-me um poema de Eugénio de Andrade.
Uma contextualização diferente mas verdadeira!

Um beijo*
Luna disse…
Não vou dizer muita coisa, só que passaste no desafio com nota 10, palavras fortes, por vezes duras, mas retratam a maior parte do amor
que se vai apagando no tempo
beijinhos
Liliana Silva disse…
Tinha tanto para dizer... Mas tão pouco....

Sei que talvez não entendas, mas eu percebo um bocadinho do que escreves. Já me magoei tantas vezes, ilusóriamente, de uma forma ou de outra, sempre que tento.
É triste fazermos com que os maus momentos superem e se sobreponham aos bons. Mas é difícil quando nos desiludimos com alguém conseguirmos ver genuínamente o que vivemos de bom. E depois apercebemo-nos que se calhar nunca foi mesmo uma realidade como nós pensávamos. Afinal era outra coisa. Mas está feito. E de certa forma, tem de estar, temos de viver. Temos de crescer e aprender.

No fim... o silêncio.

Beijinho, bom fim de semana.
Anónimo disse…
Já há muito que te leio!
De uma forma anonima.
Não tenho blogg, porque me considero uma pessoa que não tem muito jeito para a escrita. O pior é quando leio os teus textos.
Paulo (permite-me que te trate assim) és do melhor que tenho visto na blogosfera!
Digo-to muito sinceramente!
És um autor!
Li o pedido sugerido pela visita 10 000 e fiquei na expectativa!
Surpreendeste-me a todos os niveis!
É de uma força este post!
De uma sedução!
É fantastico como um texto longo se absorve rapidamente! nem damos por isso... Queria mais!
Não tenho mais palavras para te dar...
Peço-te que não deixes nunca de escrever!
Era um desperdicio de talento! E uma perda muito grande para muitos de Nós!
Parabens Paulo!
Um beijo e bom fim de semana!

Maria L.
Giorgia disse…
infelizmente acho que só conheci a outra coisa qq... valerá a pena esperar ou é pura ilusão??

beijinhos
Anónimo disse…
Parabens amigo pela forma brilhante que respondes-te ao desafio!
Genial mesmo....

Um abraço
Sofia disse…
Li-te 2 ou 3 vezes. Simplesmente genial. Conseguiste descrever de forma brilhante o comum das relaçoes. Até cheguei a ficar arrepiada.
Obrigado por mais este excelente texto.

bjs
Anónimo disse…
Adorei ler-te... maravilhoso
Anónimo disse…
Tens um blogg de excepção!
Verdadeiramente diferente!
Este post é Fabuloso!!!
Meus parabens!

The dark side of the moon
(algures em trás os montes)
MEU DOCE AMOR disse…
Escreves lindamente!

Bj d
d
Irritadinha disse…
Peço desculpa pela demora em vir ler o texto, mas estive ausente do mundo dos blogs por uns dias.

Lindo, não esperava outra coisa de ti.
Vivemos de tal modo que após 5minutos do começo de um namoro já se houve o primeiro "amo-te", apenas com a ideia de dali a minutos ou horas esse amor acabar numa cama de motel, ou no banco de um carro.
Falar sem sentir o que se diz tem destes resultados. É um sentimento muito forte para ser evocado de ânimo leve. Gostei da tua sugestão musical mas atrevo-me a deixar mais uma: "Não evoquem o amor em vão" de Rui Veloso.

Beijo grande e desculpa-me pela demora!
Stella disse…
Parabéns!!
sempre fantastico!!
Um beijo***
eudesaltosaltos disse…
Ola,
so disse amo-te a uma pessoa e pq acreditava sinceramente q era amor, apesar de agora saber q n. O txt tem como título promessa e assim q o li, mesmo antes de ler o texto, pensei "detesto promessas. e juras". p isso nc prometo, nem juro... bj
Sunshine disse…
Como é fácil apagar uma noite, um momento "insignificante" das nossas vidas... tão fácil que torna qualquer attitude possivel fácil de tomar.
Deixa-me muito triste.
Super bem escrito! Mais uma vez parabéns.
kikas disse…
Parabens, defendeste muito bem a palavra amor e cumpriste o que te propôs-te.
Sea disse…
Gostei de te ler.
Gostei das sugestões.
Um beijo
Realmente não podia ser amor... o amor quer mais do outro, dá mais ao outro...

BJS :)
Anónimo disse…
Olá Paulo.
Mais um post fantástico, tal como nos habituaste. Essa tua maneira de escrever... É sem dúvida especial.
Nunca me canso de aqui vir.

Abraço.
Anónimo disse…
fikei de boca aberta... as palavras esgotaram se ou nao querem sair.
Maria! disse…
"O amor não se pode definir; e talvez que esta seja a sua melhor definição. Sendo em nós limitado o modo de explicar, é infinito o modo de sentir"

Matias Aires....

Acho que é a melhor resposta ao teu texto.
Gostei.
Sorri*
venus disse…
respondi ao chamamento, e aqui estou. antes de mais gostaria de te parabenizar pelo post...


realmente desgastamos a palavra amor, talvez porque se trata de um sentimento por todos ansiados ou porque consideramos a sua aplicação uma mais valia na relação...
confundimos amor com atracção, desejo, paixão e quando nos apercebemos que realmente não fomos capazes de amar somos invadidos por uma sensação de frustracção e desvario...
beijos
baraka disse…
"dos tempos em que diziamos para sempre, sem saber que tudo o que e para sempre... sempre acaba"...
gastamos tudo. e ja nada vale nada. almas e corpos.
nao acredito em viver uma vida impávida. em despedidas de "adultos",sem choro e sem gritos. sem sabor.
"a vida e uma comedia para os que pensam e uma tragedia para os que sentem". talvez. ando a tentar descobrir. mas sera sempre melhor viver a minha tragedia do que assistir a um teatro.sera sempre melhor viver num carrossel do que partir um dia depois de uma vida em linha recta, sem grandes amores, sem grandes desgostos, sem nada de "grande"...
eu mesma disse…
eu já comentei este post??? aiii, como anda esta cabeça. Se comentei... não tenho mais nada a acrescentar. Se n comentei..tb não, já foi tudo dito!
Jokinhas
Dafne disse…
Quando li este teu texto, lembrei-me de um poema de Maria Teresa Horta, intitulado "As Nossas Madrugadas", o qual gostaria que fosse a sugestão poética, dado que há a musical e a cinematográfica.

As nossas madrugadas

Desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito

pois suspeitas

que com ele me visto e me
defendo

É raiva
então ciume
a tua boca

é dor e não
queixume
a tua espada

é rede a tua língua
em sua teia

é vício as palavras
com que falas

E tomas-me de foça
não o sendo
e deixo que o meu ventre
se trespasse

E queres-me de amor
e dás-me o tempo

a trégua
a entrega
e o disfarce

E lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lenços que desfazes
na pressa de teres o que só sentes
e possuires de mim o que não sabes

Despertas-me de noite
com o teu corpo

tiras-me do sono
onde resvalo

e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite

e tu dentro de mim
vais descobrindo vales.


Um beijo.
Gracinha disse…
Muita boa a sugestão, gostei do tema, e principalmemnte, da forma como brincaste com as palavras, parabéns!

Beijinhos
lisa disse…
Já tinha saudades de te ler.

Beijo aluado.
Velutha disse…
Fiquei sem palavras.Fantástico. Isto é de escritor.
Um beijo Paulo.
Anónimo disse…
Como sempre,adorei o post. Temos escritor, continua assim. Fiquem bem.
Ponta Solta disse…
Li este texto sofregamente, gastando as sensações nas palavras gastas, no sentido forte e despudorado que lhes deste.

Gostei imenso, e tal como Hinez disse transportei-me para o poema de Andrade, para a profundidade latente em ambos... um momento intenso!

Parabéns!
13 disse…
Obrigada pela visita ao meu blog!
Mais um amante de Jorge Palma?! Revelas bom gosto!
Utopia disse…
A simplicidade natural com que nos falas deste teu relacionamento que de inicio prometia ser algo de ...e depois como acontece quase sempre a desilusão pela falta de entrega e confiança é devastador!
Entrei no teu canto porque gostei de um comentário teu num outro blog e digo-te amei este post e vou com toda a certeza voltar!!!
Parabéns pela sensibilidade de escrita, a verdade crua como nos relatas os acontecimentos são...
Anónimo disse…
Waauu!
Fiquei estupefacta e boquiaberta em frente ao computador com a chávena de chá na mão a arrefecer no fim de ler este “post” 4 vezes seguidas. Na realidade tal como o título o Amor é uma Promessa por cumprir, que por vezes nos ridiculariza num esforço inútil a tentar cumprir essa promessa à procura de algo que não existe do outro lado. Adorei.

Um beijo
Nikka

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