No interior do Norte

Desculpem.... mas este blog é apenas para pessoas inteligentes! Se não é o seu caso, peço lhe suavemente que se retire. Desculpe o incómodo!

sexta-feira, julho 23

Teia de tempo



Aos poucos , enquanto arejo de luz este espaço... vou-me perguntando pelos demais.... Por vezes nem me apercebo o quanto me retirei......
Foi o que foi....

De volta ao labor.....
Apetece-me renovar completamente o espaço. Rebocar de branco as paredes... compor o reposteiro.... reparar de vez a torneira da banca ....
Transformar o espaço em turismo rural..... e solto um sorriso.....
Este velho casebre é o que é. E eu gosto dele assim.
Continuará sempre a ser aquilo que veramente sou. A casa mais bela que um dia projectei. E por mais rústica.... por mais pobre nos materiais da fachada..... terá sempre uma pedra de lareira acesa!
Para me aquecer e iluminar o coração.

...



quarta-feira, julho 14

Pão Ázimo


Não houve tempo para mais.

Silenciei de vez a voz irrequieta.... E dei me de comer a quem me levou.

Uns partiram... Eu fugi.
Sem olhar para trás. Não podia! O rio não volta a passar nunca mais no velho moinho....
Fui andarilho.....
No cofre secreto onde , delicadamente , vamos guardando as preciosidades que a vida nos bafeja... acumula-se pó e ilusão.... em camadas .... como papiros. Folhas tão cheias e delicadas que o tempo se encarrega de macerar. Quando não manuseadas com cuidado.... acabam por se desintegrar como o pó .... e deixamos de distinguir ( nas camadas ....) as palavras impressas do pó.....essas palavras que pintalgaram os dias-tempo de ilusão.... e que hoje são visão .... mesmo quando se não olhou para trás....porque não se quis... ou se não podia......
Um dia... quando acordamos.... vemos que o horizonte - embora granítico - já não é o mesmo!E isso agride! Ao ponto de nos acordar de vez! Deixamos de sonhar...
Julguei eu!
Na fuga.... ficou um aperto no coração( sim, porque o coração de alguns aperta...), semelhante a um vazio que se não consegue explicar. mas que se sabe!
Experimentados... contrariamos sem pejo as palavras sabias (porque essas ainda luzem aos predestinados ) .... Hoje voltei ao lugar onde fui feliz!
Não trago fermento. Nada capaz de germinar e fazer crescer o que seja.
Apenas uma promessa que guardei em mim.
Essa sim... contrariou a fuga... germinou....


E me trouxe até aqui.


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